sexta-feira, abril 29, 2011

Bridges and balloons

"Aviões partem para Londres,
Aviões partem para longe.
Além do distante
Léguas de passos dados e mãos atadas ficam a acenar para portas de saidas de incêndios,
Reflexos nítidos de partida sem esperança
A casa vazia e nada mais dentro dos potes de amor e biscoitos.

Aviões partem para onde?
Deixar na divisão das águas a parte terrena do pó e da lama.
Que fujam ao longe os sentidos
Que se percam no infinito as migalhas,
Os pães para que percamos o caminho
Deixemos enfim o amor para trás."

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A cidade está deserta, ao certo não entendo bem o que se passa
Pelo parapeito da janela abrigo pombos infratores

quinta-feira, abril 28, 2011

Esses aviões cortando a cidade,
me lembrando de todos os lugares que não conheço
dos que viajo em pensamento estando aqui.

17° andar, documentos, burocracias,
entre 35 funcionários que habitam essa sala 8h ao dia.
Sem eles saberem, cruzo oceanos por esta janela

por um despacho ou outro assino alforrias
e me liberto deixando-os a sós entre eles
numa tarde nublada de abril.

terça-feira, abril 26, 2011

"todo homem sozinho devia fazer uma canoa e remar para onde os telegramas estão chamando"

como uma carta ou pedido de socorro,
nada salva ou salvara

lembrando o acento esquecido,
o cigarro se consumindo
quanto tempo perdemos nessa fome de buscas

ja nao me preocupo mais
ja nao procuro menos

nao espero ninguém chegar.

terça-feira, abril 19, 2011

e poder voltar quando quero

quinta-feira, setembro 02, 2010

era presciso domar essa fera, cultivar geranimos não pedras e esperar que brotem, houveram processos e dilacerações, esse seu olhar de raiva e torpor. brotou um dente-de-leão zombeteiro no quintal, e assim entre jardins e você, margaridas e você, orquideas e o seu sorriso foram passando os dias, semanas.

passando a tarde, essa vida menos amena e a juventude, é porque acordei pouco e o muito era o sono, os livros na estante, entrando e as roupas espalhadas, essa bagunça por dentro e era eu, eu nas roupas e livros, eu no que você não via dentro dos anos, mas não passaram.

essa voz irritante que dispersa, há uma distancia, um vão que me da uma vista tão linda e separa, deixando ficar apenas o contorno do seu rosto, e você nos discos nas ruas no retrato mais antigo de família surgindo dentro dos carros nos traços esquecidos, em mim.

é assim que me exponho, nesse disco arranhado quando o cantor em vez da pausa pula para o te amo e fica sem saber o que fazer, é disso que eu falava naquelas tardes enquanto você perguntava e seu cheiro pelas coisas e não consegui explicar, mas pulou e engasgando pensei ouvir, era só o disco

nunca esteve, não estaríamos mesmo dispostos, esse apego que você desenvolve fácil agregando sentimentos é tão antigo e inseguro, essa bagunça de idéias, preste atenção, tudo esta separado, solto, nada é mais junto, a estante abarrotada nunca servirá a não ser para adjetivos, a vida mora fora, fora dos lps que ninguém mais tem, nos corpos pela cidade, e passeiam e se divertem, entende bem o que não existe, esses anos que você alega quietamente se envolvem e separam também, é o processo natural, as partidas com horas ou eras virão, mas fica a lembrança, você sempre soube guardar coisas, se apega aos teus demônios, tuas perturbações, mais políticas e te liberta, a vida não é mais que isso, essa superfície e você afogado procurando respirar...