quarta-feira, setembro 19, 2007

Where's that at?

o corpo era mesmo um lado contrário à toda aquela imagem sintetizada nos retrovisores paralelos, um amontoado de gaz carbônico, buzinas leves e agressivas indicariam um tema melhor. Eram 6 da tarde, talvez o que fosse bastaria para manter preso por horas qualquer cidadão, mas não era bem assim, não que estivesse atrazando a vida, era caso de se entender que estamos numa cidade e cidades são isso, o caos, a perda de horas, o contar dos cigarros por maços no chão, é isso. O radialista avisa que está previsto que eu durma aqui sentado em frente à esse volante, estão todos querendo fugir ao mesmo tempo, simplesmente chegar. Eu quero ir embora, dar o fora e que alguém vá com ele, carros abarrotados de gente, todos juntos, mas eu quero chegar antes, antes da novela começar, antes do jantar ser almoço, em casa. Adeus meu Santo Amaro dessa procissão sem fim, está tudo bem mas vou partir, como quem pensa que nada além de agua ao redor é estar em contato, abatimentos debaixo d'agua sem saber nadar, sem sofrer demais. O violão guardado é a sombra do meu desejo chegando perto, estou comumente estavel, morto de sede, morto de cansaço mas rodando em notas dissonantes integradas, enquanto amigos papeiam sobre a grande honra de se estar esportivamente ativo a essa altura da vida. mas isso é depois que se chega e dorme, antes de acordar é isso, os carros, o corpo levemente distraido inventando canções em cima das notas compostas pelas fms.