terça-feira, fevereiro 27, 2007

Parte

Temes é a dor do corte, certo esse pingo de sangue à cair, sairá dos teus poros, pelas pernas, escorrerá sem que percebas desmascarando tua neutra imensidão. Na pressa dessa gente,...Deixem que recolham os restos, as pontas das sobras, servir em mesa redonda de pratos sujos e colheres alheias.Meteremos até os gargalos das garrafas goela a baixo até soletrar palavras duras e viris.Que tirem as porcas e pregos, que caiam as portas de ferro sobre os pés, não carregaremos nem armas nem fogos, nenhum artifício será sustentado. Atearemos fogo e deixaremos em brasa. Manter a guarda e zelar pelas ruas de becos sem córregos nem valas, corpos em sustentação sobre outros corpos, cenas sórdidas. Deixem que metam os dedos, as línguas onde quiserem, que falem por palavras outras de todos os detalhes, passarás de boca em boca e que provem então nosso gosto amargo.Desmentirá todas as juras e teus versos cortados serão traços limpos para recortes de jornais. A casa, o carro, sem semáforos vermelhos cor e sangue, pedestres e calçadas por caminhos. Quem chega mesmo à algum lugar entre prédios e velhas mobílias, dentro de grandes sobrados e mudos móveis, quilos de poeira e ar. Atrás de grandes vitrines a cidade a vida de frente corre sem rumo nem porte em corrente. Armar o bote, ir a nado, travessias de coragem e forma. Já não entendia de submercidades, nem de concretados postes, posto como marco a chegada ao outro como carne firme, posto de chegada e ofegante gritaria surdamente que de nada vale.