em construção
ninguém entenderia bem aquela porta entreaberta,
vagarosamente tudo o que significava lar foi se perdendo em um cotidiano
o bule bule
cadeira cadeira,
a presença mudando suas feições dentro dos dias
ainda persistia um amor no cuidado
desse novo se mantinham regadas as plantas
mudas as panelas se aqueciam diariamente
na reconstrução de cada detalhe sobre a mesa,
do casal que se via no porta retratos,
até que entenderam que o lar eram eles
que a cama forrada era cama
e com o amor dos corpos um ninho
quando se desfia uma peça
se costura outra
com as linhas da vida.